Quando um ente querido adquire a doença de Parkinson, é importantíssimo reconhecer os vários estágios, cuidados e ajudas da vida diária, para ajudar os pacientes.
Mesmo que diversas celebridades tenham ajudado a aumentar o reconhecimento do nome da doença de Parkinson, ainda existe uma falta geral de compreensão sobre esta doença neurológica. Abril é reconhecido como o mês nacional da consciência de Parkinson.
O que é o Parkinson?
A doença de Parkinson é uma desordem do sistema nervoso central que afeta as células nervosas no cérebro, as células responsáveis pelo movimento. De acordo com A American Parkinson Diseade Association, cerca de 1,5 milhões de pessoas estão vivendo com Parkinson, e a eMedTV estima que 50.000 novos casos são diagnosticados a cada ano. Como a prevalência da doença continua a crescer, é importante sensibilizar e educar as famílias a respeito das condições de seus entes queridos, informando os sintomas de Parkinson e as opções de cuidados disponíveis para aqueles que foram diagnosticados com a doença.
Entender os vários estágios do Parkinson é difícil para assegurar aqueles que são diagnosticados e estão recebendo todos os cuidados apropriados em um ambiente seguro. A seguir confira uma lista com estágios que explicam os sintomas e Parkinson como cuidar de cada um.
Estágio 1 – Nesse estágio é possível perceber que seu ente querido portador de Parkinson, sente dificuldades em completar as tarefas mais simples do dia a dia, que um dia já foram fáceis para ele. Os sintomas são leves aparecem na forma de tremores ou tremores dos membros. É fundamental prestar atenção à postura da pessoa e nas expressões faciais. Se a pessoa se curva a todo tempo agora, e antes possuía uma excelente postura.
Fase 2 – Nessa etapa, os sintomas começam a afetar ambos os lados do corpo. A pessoa com Parkinson pode começar a perceber dor em ambos os braços e pernas. Observe se a pessoa apresenta problemas para andar.
Fase 3 – Os sintomas podem começar a se tornar mais graves, e agora é essencial estar ciente de todos os movimentos físicos. Esteja atento quanto à capacidade da pessoa em andar e ficar em pé normalmente, caso a pessoa esteja com desconfortos de pé ou nos pés é preciso começar a monitorar o nível de dor e falar com o médico se começar a aumentar.
Fase 4 – Um dos sintomas mais visíveis na quarta fase da doença é a bradicinesia, ou seja, o movimento lento e a diminuição das habilidades motoras. Mesmo que os tremores possam estar diminuindo, isso geralmente acontece quando eles irão começar a exigir mais cuidados.
Fase 5 – A fase final do Parkinson é a mais grave. Os movimentos físicos são quase impossíveis e a pessoa já pode não ser mais capaz de cuidar de si mesmo. Caso você tenha dúvidas ou alguma preocupação quanto aos sintomas do Parkinson, é importante consultar um médico especialista para que essas dúvidas sejam esclarecidas, principalmente quanto aos cuidados dos portadores da doença.
Criando um ambiente seguro para a casa
Como os sintomas do Parkinson só tendem a piorar, as necessidades de cuidados da pessoa doente também aumentarão. Criar um ambiente seguro é um dos mais importantes e primeiros passos que devem ser tomados na hora de ajudar a pessoa a se adaptar a este estilo de vida.
São coisas simples que podem ser feitas em toda a casa, com objetivo de criar um ambiente seguro para a pessoa dentro de casa. No banheiro, por exemplo, é possível fazer a instalação de um assento elevado do toalete e um chuveiro, os tamboretes da banheira que exigem menos esforço se levantar. Coloque um tapete de borracha ou decalques antiderrapantes que podem ajudar a evitar o deslizamento em superfícies molhadas.
Na cozinha, instale alças de gabinete mais longas ao invés de botões para ajudar a pessoa com a abertura das portas. Um torneira de peça única também é muito mais fácil de se controlar, e um reacher pode ajudar a recuperar itens em prateleiras altas.
Os ajustes na sala também podem ajudar e muito a pessoa com Parkinson. Observe os móveis para se certificar de que são seguros e resistentes. Os adultos mais velhos exigem duas vezes mais iluminação do que os adultos mais jovens, por isso tenha certeza de que a iluminação é adequada para ajudar a minimizar a tensão ocular. Certifique-se também de que todos os fios e extensões estão livres do percurso da pessoa.
Ao tirar um tempo para aprender mais sobre o Parkinson e seus efeitos, você estará garantindo a pessoa conforto, e claro, a pessoa estará recebendo uma melhor qualidade de vida e cuidados.
Hábitos para tratar os sintomas de Parkinson
Exercícios diários
O paciente com Parkinson precisa executar movimentos automáticos, e para isso é necessária a prática de diversos exercícios diários. O objetivo desse treino é fazer com que o movimento passe a ser feito de maneira consciente, e não mais automática. O portador da doença deve passar a fracionar os movimentos, prestando atenção em cada gesto.
Podem ser usadas pequenas pistas tanto visuais quanto auditivas na hora de executar uma tarefa, sendo possível riscar várias linhas no chão, de forma que o paciente pule cada uma delas quando for andar, assim como podemos fazer uma contagem para cada movimento. Essas pistas são uma forma de substituir a função automática por uma função consciente, pular a faixa ou contar o passo faz com que o paciente se conscientize da tarefa, executando-a com mais rapidez e facilidade.
Musculação
Um estudo realizado pela Universidade de Illinois, na cidade de Chicago, afirma que fazer musculação durante uma hora, duas vezes por semana, pode melhorar a coordenação motora de pessoas com Parkinson. As consequências geradas pela doença incluem perda e redução da força muscular, além da rigidez dos músculos. A musculação consegue reverter esses problemas e melhorar a estabilidade da caminhada. A postura também ganha alinhamento.
A frequência e intensidade do exercício dependem do grau da doença e o trabalho físico de pacientes com Parkinson deve ser realizado em parceria com o neurologista que acompanha o caso, e se o programa incluir exercícios com aparelho, o ideal é buscar os que tenham mais conforto e apoio para o corpo, como bicicletas ergométricas máquinas de musculação, em vez de pesos livres.
Origami
Em fases mais avançadas da doença, o paciente pode ter dificuldades em desenvolver a motricidade fina, que são os movimentos precisos, como abotoar uma camisa, escrever ou pegar coisas usando apenas dois dedos. A prática do origami estimula a motricidade e dá mais precisão aos movimentos, tornando essas atividades mais fáceis. Também podem ser feitos outros exercícios específicos para a motricidade fina, como apertar um pregador ou envolver as mãos em um elástico e fazer movimentos de abrir e fechar.
Trabalhar a fala
O paciente com Parkinson pode apresentar dificuldade para engolir e alterações na fala, como a gagueira. Podem ser feitos exercícios para coordenar a respiração e a fala do paciente a fim de que ele supere essas dificuldades. Aulas de canto e leitura em voz alta, com a orientação de um fonoaudiólogo, também são úteis para superar dificuldades orais.
Existe também um aplicativo para iPhone e Android chamado DAF Assistant, que funciona como uma espécie de eco – você fala no dispositivo e ele te retorna o mesmo áudio atrasado em uma fração de segundo. Isso dá a impressão de que o paciente está falando junto de outra pessoa e ajuda na fluência.
Ginástica facial
Outro fenômeno comum da doença de Parkinson é a perda de expressão facial, resultado da rigidez muscular. Exercícios como os da ginástica facial podem ajudar o paciente na recuperação dos movimentos das sobrancelhas ou boca
Exercitar a mente
O paciente com Parkinson pode apresentar problemas de memória e raciocínio. Segundo o neurologista André Lima, da Academia Brasileira de Neurologia, existe até um distúrbio chamado demência parkinsoniana, que é resultado de uma mente com Parkinson pouco estimulada. É importante trabalhar a mente do paciente com Parkinson com jogos, aulas de música e leitura, por exemplo, nesses casos, a atividades podem ser diárias e de acordo com a preferência ou aptidão do paciente.
Convívio social
Em decorrência das limitações físicas que se desenvolvem progressivamente, o portador de Parkinson pode sofrer um abalo psicológico e até apresentar um quadro de depressão. Para evitar a apatia no paciente, é recomendado que ele continue a fazer todas as atividades de antes, mesmo demorando um pouco mais de tempo. Manter a autoestima também é um fator positivo para evitar ou combater a depressão, e é importante que ninguém force o paciente a fazer atividades que não o agradem ou exigir velocidade na execução das tarefas.