Um dos principais problemas de saúde que afetam os idosos é a demência, mas o que é essa doença? Antes de qualquer coisa, não se trata de uma doença, mas um termo que caracteriza uma série de sintomas que afetam diretamente e negativa o raciocínio, a linguagem e a memória em decorrência de uma desordem no cérebro.
Ela implica em uma perda total e/ou progressiva das capacidades cognitivas em diferentes níveis que provocam a limitação da autonomia dos idosos. As mais comuns são aquelas de caráter degenerativo, elas são comumente denominadas de “caduquice”. Contudo, é importante ressaltar que essas doenças não são exclusivas de pessoas idosas, nem consiste em uma parte do envelhecimento.
Pessoas de diversas idades podem apresentar sinais de demência, tendo em vista que podem ser causados por doenças que degeneram as células nervosas do cérebro, vasos sanguíneos e/ou uso de substâncias tóxicas, deficiências nutricionais, dentre outras. Além disso, existem alguns fatores de risco que são levados em consideração, a saber: idade acima de 65 anos, histórico familiar de demência, pessoas com síndrome de Down que podem desenvolver mais cedo que os demais.
Quanto a fatores que podem favorecer as demências, os mais comuns são: aterosclerose, hipertensão arterial, colesterol elevado, tabagismo, dentre outros. No artigo iremos esclarecer não só os principais sinais e sintomas da demência, como também as formas de tratamento e como prevenir.
QUAIS OS SINAIS E SINTOMAS?
Os sinais de demência podem se apresentar de diversas formas, e não unicamente ou a partir da perda de memória como é comumente conhecida. A perda de memória pode ocorrer fora da demência, em outra patologia. A percepção de um caso de demência deve ser considerada ao avaliar baseando-se nas diversas expressões dos sinais e sintomas.
Podem-se observar os sinais e sintomas de demência em idosos que apresentam déficits no funcionamento intelectual, ou seja, aqueles que têm perdas de memória e das habilidades de resolver problemas, além de não serem capazes de controlar suas emoções e chegam a apresentar mudanças de personalidade, comportamento e humor. Além dos problemas com a memória e o comportamento, ainda se apresenta a dificuldade de se comunicar e de realizar tarefas em decorrência das limitações quanto à coordenação motora, sentido de tempo e espaço, comportamentos inadequados e paranoia.
Ao surgir algum desses sintomas é imprescindível que o idoso seja avaliado por um especialista e sejam feitos os procedimentos pertinentes para que a demência seja diagnosticada e tratada de acordo com as suas especificidades. O diagnóstico é feito por meio de exames complementares e do histórico médico do idoso.
QUAL O TRATAMENTO?
Como falamos no item anterior, muitas demências levam a uma perda progressiva das funções cognitivas, no entanto, é possível parar ou reverter alguns sintomas a depender da doença com tratamentos apropriados. É preciso ter em mente que os idosos que apresentam as demências degenerativas necessitarão de uma assistência maior, pois piorarão a cada dia.
Para que possamos esclarecer a forma de tratamento, é preciso salientar que devido às diversas formas com que podem se apresentar, elas são divididas em dois grandes grupos: as denominadas pseudo demências e as demências verdadeiras ou degenerativas. Cada uma requer uma determinada forma de intervenção quanto ao tratamento, a saber:
As pseudo demências são aquelas que têm possibilidade de cura e/ou reversão, são exemplos desse tipo as derivadas do abuso de drogas e/ou álcool, infecções, tumores cerebrais, dentre outras. Essas podem ser tratadas por meio de medicamentos diversificados.
No entanto, no que se refere as demências verdadeiras ou degenerativas, que são caracterizadas pelo seu curso progressivo, nesses casos nenhum tipo de medicamento pode paralisar ou fazer com que ela regrida, apenas retardar a sua evolução e aliviar os sintomas. Esse tipo de tratamento pode ser ainda mais eficaz nos casos em que o idoso é diagnosticado na fase inicial das doenças podem ser ajudadas por meio de tarefas que exercitem e estimulem o funcionamento do sistema cognitivo.
Além disso, os idosos que apresentam sinais de demência podem ser aconselhados a usarem métodos que auxiliem o exercício da memória, tais como o tomar notas, adotar avisos eletrônicos, fazer listas, etc. Aquelas que apresentam demências em estágios mais avançados e/ou moderados necessitam de acompanhamento constante como forma de evitar acidentes.
Atividades diárias como tomar banho, se alimentar ou vestir também precisam ser supervisionadas. Devido as formas com que se apresentam, esses tipos de tarefas não apenas podem ser difíceis de serem realizadas, como podem chegar a ser perigosas.
Isso ocorre por que a demência diminui de forma considerável a capacidade de defesas tanto físicas quanto psicológicas dos acontecimentos, logo, os idosos ficam cada vez mais sujeitos ao desenvolvimento e aumento de infecções, a perda da capacidade de cuidar da própria higiene, além dos efeitos colaterais dos medicamentos que as debilitam. Esse contexto acarreta na redução da expectativa de vida.
É válido ressaltar que a presença da família é de suma importância para que o idoso possa lidar com a demência, ela deve fornecer o apoio necessário para o seu tratamento. A procura por profissionais como médicos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais e psicólogos tanto para o cuidado ao idoso e cuidador pode ser de grande ajuda na maior parte das vezes.
COMO PREVENIR?
Como podemos observar, a demência pode ser causada por uma série de doenças degenerativas, ou seja, não se trata apenas de um fator isolado. Nesse sentido, grande parte de suas causas não podem ser prevenidas. A única forma de prevenção seria a redução dos fatores de risco de algumas delas.
Como forma de prevenir minimamente o desenvolvimento da demência é preciso que os indivíduos desenvolvam hábitos saudáveis, como não consumir álcool e outros tipos de drogas, assim como praticar atividades físicas e ter uma alimentação saudável. Assim como o estímulo contínuo do cérebro de das funções cognitivas podem ser uma boa forma de prevenir o surgimento de demências. Nesse sentido, uma parte significativa das formas de prevenção das demências depende dos hábitos de vida de cada pessoa.